XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Dados do Trabalho


Título

EFEITOS DA EXPOSIÇAO A POLUIÇAO DO AR DURANTE A GESTAÇAO EM RATOS NORMOTENSOS E HIPERTENSOS: IMPACTO CARDIOVASCULAR E AUTONOMICO

Introdução

Atualmente, muitos relatos têm reforçado a relação da poluição urbana, especificamente matéria particulada <2,5μm (MP2,5), com doenças crônicas. No entanto, os mecanismos pelos quais a MP afeta o sistema cardiovascular ainda são pouco entendidos.

Objetivo

Avaliar os efeitos cardiovasculares e autonômicos da exposição diária à MP2,5 durante a gestação em ratos normotensos e hipertensos (Wistar e SHR).

Método

Ratas Wistar e SHR (230-260g) foram divididas em 4 grupos (n=6/cada): 1. ratas normotensas grávidas expostas ao ar filtrado (NC), ou 2. expostas à MP2,5 (NP), 3. ratas hipertensas grávidas expostas ao ar filtrado (HC), ou 4. expostas à MP2,5 (HP). Após 20 dias de gestação e exposição à MP2,5 utilizando um concentrador de partículas de Harvard (600μg/m3/dia) foram realizadas avaliações ecocardiográficas e canulação. No dia seguinte, o registro hemodinâmico e a eutanásia foram realizados.

Resultados e Conclusões

Observou-se redução da massa de tecido marrom nos grupos expostos à poluição (NP: 0,24±0,02 e HP: 0,25±0,02 vs. NC: 0,34±0,02 g). Em relação aos parâmetros ecocardiográficos, a massa do ventrículo esquerdo corrigida estava aumentada no grupo HP (HP: 557±54,8 vs. NC: 321±35,9; HC: 388±54,5 g). Quando observada a função diastólica, o tempo de contração e relaxamento isovolumétricos estavam aumentados nos grupos hipertensos (HC: 21,25±1,8; HP:20,28±2,4 vs. NC:12,35±1,8 ms) e hipertensos expostos à poluição (HP: 23,6±3,37 vs. NC: 15,02±1,5, NP:14,41±1,10 ms), respectivamente. Nos parâmetros da variabilidade da pressão arterial, houve aumento da pressão arterial sistólica (PAS) nos grupos hipertensos (HC: 140±5,2; HP: 148±3,9 vs. NC: 99±6,3; NP: 103±3,8 mmHg) e da variância da PAS no grupo HP (HP: 47,6±6,0 vs. NC: 16,7±2,7; NP: 22,58±3,5; HC: 30,5±6,8 mmHg2), seguidos de modulação simpática aumentada (HP: 12,8±1,9 vs. NC: 3,5±1,1; NP: 2,8±0,5; HC: 6,5±0,8 mmHg2).
Os efeitos da poluição parecem ser intensificados em animais hipertensos, como pode ser visto pelo remodelamento ventricular e disfunção diastólica, que podem ser causados pela maior ativação simpática.

Suporte financeiro: CAPES, UNINOVE.

Palavras Chave

poluição do ar, doenças cardiovasculares, modulação autonômica, hipertensão

Área

ÁREA BÁSICA

Instituições

Faculdade de Medicina/USP - São Paulo - Brasil, Instituto de Coração/USP - São Paulo - Brasil, Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - Brasil, Universidade Nove de Julho - São Paulo - Brasil

Autores

Sarah Cristina Ferreira Freitas, Mariana Veras, Luana Oliveira, Marina Dutra, Camila Paixão, Bruno Durante, Maria Cláudia Irigoyen, Kátia De Angelis