XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Dados do Trabalho


Título

HIPERTENSAO ARTERIAL E AS DIFERENÇAS ENTRE OS SEXOS: ANALISE DA VARIABILIDADE CARDIOVASCULAR E DO PERFIL CARDIACO INFLAMATORIO E DE ESTRESSE OXIDATIVO

Introdução

A hipertensão (HA) é um importante risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e uma das principais causas de morbimortalidade. No entanto, pouco tem se investigado as diferenças entre os sexos na variabilidade (VAR) cardiovascular e nos mecanismos neuroimunes na HA.

Objetivo

O objetivo deste estudo foi comparar os sexos em parâmetros cardiovasculares, inflamatórios e de estresse oxidativo em ratos espontaneamente hipertensos.

Método

Foram utilizados 16 ratos SHR divididos em 2 grupos (n=8): F (fêmeas) e M (machos). A pressão arterial (PA) foi medida de forma direta e a VAR cardiovascular avaliada no domínio do tempo e da frequência. As análises de inflamação e EO foram feitas no coração.

Resultados e Conclusões

Em parâmetros inflamatórios, não houve diferença na IL6 e no TNFα (p=0,93 e 0,54). O grupo M apresentou aumento de IL10 (56±1 vs 34±3 pg/mg de prot) e diminuição de TNFα/IL-10 comparado ao grupo F (0,8±0,1 vs 1,3±0,1). O grupo M apresentou aumento de lipoperoxidação (9211±683 vs 6960±583 cps/mg de prot) e peróxido de hidrogênio (8,31±0,29 vs 3,91±1,76 nmoles/g de tec). Não houve diferença nas proteínas oxidadas. O grupo M apresentou diminuição da catalase (0,88±0,08 vs 1,16±0,08 nmol/mg de prot) e da superóxido dismutase (20,08±1,53 vs. 26,98±2,41 USOD/mg de prot). Na análise da VAR, não houve diferença no balanço simpatovagal (0,23±0,02 vs 0,35±0,04), entretanto o grupo M apresentou menor variância do intervalo de pulso (14,11±2,36 vs 22,71±2,81 ms²), aumento da variância da PA sistólica (65,88±4,26 vs 39,80±6,19mmHg²) e do simpático vascular (11,79±1,05 vs 8,16±1,02 mmHg²) em relação ao F. Adicionalmente, o grupo M apresentou menor sensibilidade barorreflexa (0,22±0,01 vs 0,48±0,07 ms/mmHg). Os valores de PA sistólica, diastólica e média foram maiores no grupo M em relação ao F (185±9 vs 172±6 mmHg para PAM). Os resultados evidenciam que apesar de melhor perfil anti-inflamatório em machos, a VAR cardiovascular e a sensibilidade barorreflexa estavam prejudicadas. Além disso, as fêmeas hipertensas apresentavam maior defesa antioxidante quando comparadas aos machos. Tais achados, em conjunto, provavelmente induzam menor dano oxidativo e PA nas fêmeas. Nossos resultados permitem compreender melhor os mecanismos associados a fisiopatologia da HA nos diferentes sexos e melhor manejo da doença. FAPESP 2015/10329.

Palavras Chave

Hipertensão
Sexos
Variabilidade cardiovascular
SHR
Barorreflexo

Área

ÁREA BÁSICA

Instituições

Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Amanda Aparecida de Araujo, Danielle da Silva Dias, Nathalia Bernardes, Filipe Fernandes Conti, Camila dos Santos Paixão, Sarah Cristina Freitas, Maria Claudia Irigoyen, Kátia De Angelis