Dados do Trabalho

Título

HIPERTENSAO SECUNDARIA A COARCTAÇAO ISTMICA DA AORTA NO ADULTO

Apresentação do Caso

Paciente de 28 anos, masculino, negro. Apresentou-se à consulta especializada devido a queixa de cefaleia há 1 ano e elevação dos níveis pressóricos (200/120 mmHg). Ao exame físico, IMC= 22,5; ausência de estase jugular; pulsos carotidianos normais; coração rítmico, FC=72 bpm, sopro protossistólico de regurgitação mitral (++/6); Sopro mesossistólico de ejeção no foco aórtico e aórtico acessório(+++/6); segunda bulha hiperfonética com A2>P2; Pressão arterial nos membros superiores de 200/120 mmHg e membros inferiores de 160/100mmhg; Pulsos nos membros inferiores reduzidos.
Iniciada terapia com anti hipertensivos (Valsartana 320 mg; Anlodipino 10 mg; Clortalidona 25 mg; Espironolactona 25 mg/dia, Clonidina 0,100 mg de 12/12 horas) e realizada investigação de provável coarctação da aorta. Paciente manteve níveis pressóricos de 140/85 mmHg em membros superiores e 130/90 em membros inferiores.
Estudo radiológico do coração e vasos da base sem alterações. Eletrocardiograma com bloqueio não avançado do ramo direito, sem outras alterações. Ecocardiograma: Aorta com diâmetros de sua raiz e arco proximal normais. Discreta redução dos diâmetros do arco distal (15 mm), apresenta coarctação de sua porção ístmica (medindo cerca de 8 mm), com presença de gradiente sistólico máximo estimado em 80 mmHg. Função ventricular preservada. Refluxo mitral leve.
Ao Estudo Tomográfico: presença de coarctação da aorta na região ístmica, após a emergência da artéria subclávia esquerda, com diâmetros mínimos de 8,9 x 8,2 mm.
Conduta: Após esclarecimento da patologia, foi proposto o tratamento intervencionista (angioplastia, seguida de colocação de stent) que foi realizado com sucesso.

Discussão

A coarctação da aorta no adulto constitui causa importante de hipertensão secundária. Este caso refere-se a um paciente jovem que se apresentou à consulta devido à queixa inespecífica. Os achados do exame físico foram fundamentais para a construção da hipótese diagnóstica. O diagnóstico foi realizado em um momento no qual ainda não havia repercussões funcionais ou anatômicas à nível cardiovascular

Comentários finais

Um caso de hipertensão refratária ao uso de 5 classes de anti hipertensivos que se resolveu após o tratamento endovascular da coarctação aórtica. A MAPA após intervenção mostrou-se normal.

Palavras Chave

Hipertensão secundária; Coarctação da aorta.

Área

ÁREA CLÍNICA