XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Dados do Trabalho


Título

ANALISE EPIDEMIOLÓGICA DAS INTERNAÇÕES POR HIPERTENSÃO ARTERIAL E OUTRAS DOENÇAS HIPERTENSIVAS NO BRASIL

Introdução

Estudos epidemiológicos nacionais contribuem para a definição de medidas de controle e prevenção. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica não transmissível (DCNT) com prevalência estimada de 25,7% no Brasil em 2016. Ações efetivas da atenção primária podem detectar precocemente a HAS, promover o controle adequado, e evitar complicações e internações.

Objetivo

Descrever as internações ocorridas no Sistema Único de Saúde (SUS) por HAS e outras doenças hipertensivas (HAS/ODH).

Método

Estudo epidemiológico descritivo, realizado por meio de consulta da base de dados de domínio público do DATUSUS, no período de 2008 até 2017. A população do estudo foram adultos, maiores de 30 anos, com internação registrada por HAS (CID-10: I10) ou ODH (CID-10: I11-I15). Foram selecionadas as variáveis independentes: sexo, idade e ano; e as variáveis respostas: autorização de internação hospitalar (AIH) e mortalidade. Análises descritivas e cálculos da proporção entre a quantidade de AIHs por HAS/ODH e o total de internações por outras causas foram realizados.

Resultados e Conclusões

A proporção de AIHs aprovadas por HAS/ODH foi decrescente, representando 2,25% do total de internações ocorridas em 2008 e 1,09% em 2017. Essa queda de 51% foi semelhante em todas as faixas etárias avaliadas. A taxa de mortalidade dos pacientes internados por HAS/ODH foi maior nos homens do que nas mulheres, com valores de 1,88% e 1,48%, respectivamente. Em relação à idade, notou-se pouca variação nos óbitos por AIHs na faixa etária de 30 a 59 anos, com taxas de 0,93% e 0,87% em 2008 e 2017, respectivamente. No entanto, um aumento nessa taxa de mortalidade foi observado nas idades mais avançadas, de 9,29% na faixa etária de 60 a 69 anos, 7,40% de 70 a 79 anos, alcançando 12,37% nos pacientes internados com mais de 80 anos.
Em uma análise de 10 anos nota-se melhora nos indicadores de saúde quanto a HAS/ODH no quesito AIH, com uma menor proporção de internações por essas causas. Apesar dessa tendência de redução, os aumentos nas taxas de mortalidade hospitalar nas faixas etárias mais elevadas indicam que investimentos nessas DCNTs são extremamente necessários, principalmente na atenção primária, para que esses pacientes não cheguem à atenção secundária e terciária já com possíveis complicações.

Palavras Chave

hipertensão arterial, outras doenças hipertensivas, DATASUS, epidemiologia

Área

ÁREA MULTIDISCIPLINAR - ENFERMAGEM

Instituições

Pontifícia Universidade Católica de Campinas - São Paulo - Brasil

Autores

Franciele Aparecida Vecchia Dionato, Luciana Bertoldi Nucci