XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Dados do Trabalho


Título

O TREINAMENTO FISICO REDUZ PRESSAO ARTERIAL DE RATOS ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS TRATADOS COM DEXAMETASONA

Introdução

Hipertensão e remodelamento cardíaco são importantes efeitos colaterais do tratamento crônico com dexametasona (DEX), os quais são atenuados pela prática de exercícios. Entretanto, nada se sabe sobre os efeitos do tratamento crônico com DEX na pressão arterial (PA) e remodelamento cardíaco de ratos espontaneamente hipertensos (SHR) sedentários ou submetidos a um protocolo de treinamento físico (TF).

Objetivo

O objetivo do presente estudo foi investigar se o tratamento com a DEX poderia piorar o processo de remodelamento cardíaco nos SHR e se o TF atenuaria esta resposta.

Método

Quarenta e sete SHR foram submetidos a um programa de TF em esteira (60% da capacidade máxima, 5d/semana, 1h / dia, 8 semanas) ou permaneceram sedentários. Após 8 semanas de TF, os animais foram tratados com DEX por 15 dias (50 μg / kg de peso corporal por dia, s.c.) ou salina. Um grupo de ratos Wistar (W=9) sedentário foi usado como controle. Após o protocolo experimental, esses animais foram submetidos às analises de ecocardiografia, pressão arterial (PA) direta e a análise espectral. Teste-T e ANOVA de dois caminhos foram usadas para comparar os grupos (α<0,05).

Resultados e Conclusões

Os animais SHR apresentaram PA sistólica (PAS, +62%), PA diastólica (PAD, +49%) e PA média (PAM, +54%) mais elevada que os animais W. Apesar do balanço autonômico não estar significativamente comprometido (156%, α>0,05), os SHR apresentaram aumento do peso do coração (+25%), índice da massa do ventrículo esquerdo (+18%) e diminuição do diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (DDVE, -15%) comparados aos W. O tratamento com DEX nos SHR não promoveu aumento adicional de PA, bem como no balanço autonômico e remodelamento cardíaco. Contudo, o TF determinou redução da PAS (-16%), PAD (-19%) e PAM (-18%) e aumentou o peso coração de (+12%) sem alterar DDVE. Apesar dos SHR apresentarem alterações morfológicas no coração que possam estar contribuindo o aumento de PA, o tratamento com a DEX não exacerbou estas respostas, podendo ser administrado sem grandes preocupações. Por outro lado, o TF foi capaz de reduzir a PA devido um aumento do tamanho do coração com DDVE preservado, sugerindo que o TF possa ter determinado uma hipertrofia excêntrica nos animais SHR. Apoio financeiro: CNPq e FAPESP.

Palavras Chave

Pressão Arterial, Remodelamento Cardíaco, Treinamento Físico, Dexametasona

Área

ÁREA MULTIDISCIPLINAR - ED. FÍSICA

Instituições

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-UNESP - São Paulo - Brasil

Autores

Francine Duchatsch, Lidieli Pazin Tardelli, Naiara Araujo Herrera, Katashi Okoshi, Sandra Lia Amaral