Dados do Trabalho

Título

RESPOSTA CARDIOVASCULAR AO TESTE DE ESFORÇO CARDIOPULMONAR MAXIMO EM HIPERTENSOS RESISTENTES A TERAPIA MEDICAMENTOSA

Introdução

Hipertensos resistentes (HR) apresentam hiperatividade adrenérgica e atividade barorreflexa deprimida, ambas alterações podem induzir a retardo na frequência cardíaca de recuperação e resposta exagerada da pressão arterial (PA) ao teste de esforço cardiopulmonar máximo (TCPE). Apesar da importância de se avaliar as respostas cardiovasculares e autonômicas ao TCPE, nenhum estudo se propôs avaliar estes parâmetros em pacientes com hipertensão arterial resistente (HAR).

Objetivo

Como desfecho primário, foram avaliadas as respostas cardiovasculares nos HR ao TCPE máximo.

Método

Vinte e cinco hipertensos (55 ± 26 anos; 30 ± 6 Kg/m2) realizaram o TCPE em esteira ergométrica Centurion-200 (Micromed, Brasil) com analisador de gases Metalyzer 3B (Cortex Medical, Alemanha). Para a realização do teste foi utilizado o protocolo de rampa com aumento gradual da inclinação e velocidade até a tolerância máxima do sujeito ao exercício. Os hipertensos foram alocados em dois grupos, sendo, com-HAR (n = 14; 57 ± 9 anos; 40 ± 6 Kg/m2) e sem-HAR (n = 11; 54 ± 11 anos; 30 ± 6 Kg/m2). Os dados foram analisados pelo Programa SPSS, versão 21.0 para Windows. A normalidade foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk, testes U Mann Whitney e t de Student independente foram usados para avaliar as respostas cardiovasculares, respiratórias e metabólicas entre os grupos; e foi considerado como nível de significância estatística p ≤ 0,05.

Resultados e Conclusões

O grupo com-HAR apresentou maiores valores de PA sistólica (157± 28mmHg vs 137±12mmHg, p =0,187) e diastólica de repouso (100 ± 16mmHg vs 88 ±7mmHg, p =0,027) quando comparado ao grupo sem-HAR. Ao TCPE, HR apresentaram aumento na PA diastólica máxima (116 ± 15 mmHg vs 100 ± 11mmHg, p = 0, 005), maiores valores na PA diastólica de recuperação (2’: 110 ±16mmHg vs 93 ± 9mmHg, p = 0,018; 3’: 6 ± 18mmHg vs 91 ±8mmHg, p = 0,019; 4’: 104 ± 19mmHg vs 88 ± 5 mmHg, p = 0,031) e na PA sistólica de recuperação (2’: 213 ± 28mmHg vs 183 ±17mmHg, p = 0,014; 3’: 203 ±29mmHg vs 171 ±17mmHg, p = 0,002; 4’: 185 ±29mmHg vs 148 ± 8mmHg, p = 0,002) quando comparado ao grupo sem-HAR. A duração do TCPE e as demais variáveis hemodinâmicas, pulmonares e metabólicas foram similares nos grupos avaliados (p > 0,05, para todas as comparações). As respostas pressóricas apresentadas pelos HR ao TCPE, provavelmente sejam devido a disfunção barorreflexa e vascular estabelecida nestes hipertensos.

Palavras Chave

Hipertensão arterial resistente; Teste de esforço cardiopulmonar; Pressão arterial.

Área

ÁREA MULTIDISCIPLINAR - ED. FÍSICA