XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Dados do Trabalho


Título

HIPERTENSAO MASCARADA EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE ATUAM EM ONCOLOGIA: PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS

Introdução

Ainda não há consenso sobre o seu valor prognóstico, no entanto, há evidências de que indivíduos com Hipertensão Mascarada (HM) têm maior risco cardiovascular em relação aos indivíduos normotensos. Apesar das evidências relacionadas a desfechos cardiovasculares desfavoráveis, são escassos estudos sobre o tema.

Objetivo

Descrever a prevalência e os fatores associados à hipertensão mascarada em profissionais de enfermagem oncológica.

Método

A medida casual e a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) foram realizadas em 182 profissionais de enfermagem de um Centro de Alta Complexidade em Oncologia, em um dia usual de atividade [82,4% mulheres, média de 38,0 (DP=7,5) anos]. Realizou-se entrevista para avaliação das variáveis biopsicossociais, relacionadas ao trabalho e hábitos de vida. HM foi definida como medida casual ≤140/90 mmHg e monitorização ambulatorial do período de vigília ≥ 135/85 e não uso de anti-hipertensivos. Foi realizada regressão de Poisson com variância robusta, sendo considerados estatisticamente significativos valores de p≤0,05.

Resultados e Conclusões

A prevalência de HM foi de 19,8%. A maioria dos profissionais apresentou níveis pressóricos alterados na MAPA de 24 horas (92,9%). Na MAPA de vígilia e na MAPA de sono, a prevalência de níveis alterados foi de 22,5% e 36,3%, respectivamente. Os profissionais com HM, quando comparados com os sem HM, apresentaram idade mais elevada [41,6 (DP=7,6) vs 37,2 (DP=7,2) anos], trabalhavam mais em regime de turnos (75,0% vs 57,5%), referiram em maior proporção hipertensão arterial (25,0% vs 5,5%), infarto agudo do miocárdio (2,8% vs 0,0%) e medicamento para inibir o sono (2,8% vs 0,0%), apresentaram maior média de creatinina sérica [0,8 (DP=0,1) vs 0,7 (DP=0,2)] e menos exaustão emocional (38,9% vs 63,0%), além de apresentarem maiores proporções de níveis pressóricos alterados e maiores médias para as pressões sistólica e diastólica, em todos os períodos da MAPA (p<0,0001). Os fatores associados à HM foram: idade ≥ a 30 anos, ser casado ou separado/divorciado/viúvo ou viver em união consensual/amasiado, trabalho em turnos, usar medicamentos para inibir o sono, o consumo problemático de álcool e hipertensão referida. Conclusões: Os profissionais de enfermagem apresentaram elevada prevalência de hipertensão mascarada, que se associou a hipertensão referida, variáveis relacionadas ao trabalho e hábitos ou estilos de vida.

Palavras Chave

Hipertensão mascarada; Monitorização ambulatorial da pressão arterial; Fatores de risco; Recursos humanos de enfermagem; Saúde do trabalhador; Enfermagem oncológica.

Área

ÁREA MULTIDISCIPLINAR - ENFERMAGEM

Instituições

Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Juliano dos Santos, Karina Cardoso Meira, Juliana Chaves Coelho, Angela Maria Geraldo Pierin