XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Dados do Trabalho


Título

Ranitidina prejudica o estado redox e a função vascular

Introdução

Os inibidores da bomba de prótons (IBPs) são considerados fármacos seguros. Entretanto, estudos recentes sugerem que o omeprazol afeta negativamente a função vascular, aumentando o risco de infarto agudo do miocárdio. O omeprazol prejudica a biologia redox vascular por mecanismos mediados pela XOR que levam à disfunção endotelial. Esses achados têm grande relevância, especialmente para pacientes com doenças cardiovasculares que utilizam IBPs, assim é necessário investigar se outras classes de drogas utilizadas no tratamento de doenças dispépticas podem levar às mesmas consequências cardiovasculares. Nesse contexto, o impacto da ranitidina sobre a biologia e função cardiovascular permanece desconhecido.

Objetivo

Avaliar os efeitos da ranitidina sobre a pressão arterial, a função vascular e a biologia redox em ratos.

Método

Foram utilizados ratos Wistar (180-200 g) tratados uma vez ao dia, durante 4 semanas com ranitidina 100 mg/kg oral, veículo ou omeprazol 10 mg/kg i.p., sendo este um controle positivo por prejudicar a biologia redox vascular. A pressão arterial dos animais foi avaliada semanalmente por plestismografia de cauda. Ao final da 4ª semana, os animais foram eutanasiados e foi avaliado o pH gástrico. A função vascular foi avaliada quanto à reatividade a acetilcolina da aorta e a biologia redox vascular foi avaliada empregando as seguintes técnicas: dihydroethidium (DHE) e ensaio da lucigenina por quimiluminescência.

Resultados e Conclusões

O tratamento com veículo (V), omeprazol (O) e ranitidina (R) não alterou a pressão arterial. O pH aumentou com os tratamentos (V = 3,1 ± 0,2; O = 4,7 ± 0,2; R = 4,6 ± 0,1). Os tratamentos com ranitidina e omeprazol diminuíram o efeito máximo da acetilcolina nos anéis de aorta (Emax V = 106.5 ± 2 % vs. Emax O = 92,2 ± 2,1 %; Emax R = 93,9 ± 1,7 %; P < 0,05). Além disso, o tratamento com omeprazol deslocou à direita a curva de concentração-resposta para acetilcolina, enquanto o tratamento com ranitidina não alterou este parâmetro (pD2 V = 7,5 ± 0,05 vs. pD2 O = 7,2 ± 0,06; P<0,05 R = 7,4 ± 0,05; P>0,05). A ranitidina e o omeprazol aumentaram o estresse oxidativo vascular, este avaliado pelo DHE, que reage com o superóxido (V = 10,2 ± 0,7; O = 20,4 ± 1,6; R = 17,3 ± 1) e pelo ensaio de quimiluminescência de lucigenina (V = 66,6 ± 9,4; O = 152 ± 9,7; R = 121 ± 11,5 RLU/mg). Os resultados apresentados sugerem que o tratamento com ranitidina aumenta o estresse oxidativo e leva à disfunção endo

Palavras Chave

omeprazol; ranitidina

Área

ÁREA BÁSICA

Instituições

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) - Universidade de São Paulo (USP) - São Paulo - Brasil

Autores

Jéssica M Sanches-Lopes, Gustavo H Oliveira-Paula, Juliana M Parente, Lucas C Pinheiro, Renato C Nogueira, Michele M Castro, José E Tanus-Santos