XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Dados do Trabalho


Título

ADESAO E BARREIRAS AO TRATAMENTO PARA HIPERTENSAO ARTERIAL

Introdução

No Brasil, as doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por grande parte da mortalidade, sendo o acesso a medicamentos fundamental na redução desse panorama. Nesse contexto, um dos principais problemas que o sistema de saúde enfrenta é o abandono ou o incorreto cumprimento dos tratamentos protocolados, sendo a adesão essencial para o sucesso da terapia instituída.

Objetivo

Analisar o acesso e a continuidade do tratamento para a HAS por pessoas autorreferidas hipertensas. Descrever as barreiras encontradas pelos entrevistados para a não adesão ao tratamento e controle dos níveis de sua pressão arterial.

Método

Estudo descritivo transversal que contou com 301 entrevistados de ambos os sexos, maiores de 18 anos participantes de campanhas de conscientização realizadas pela Liga de Hipertensão Arterial de uma faculdade estadual de São José do Rio Preto. Aplicou-se questionário para coleta de informações sociodemográficas e acerca do acesso e barreiras ao tratamento da HAS.

Resultados e Conclusões

Participaram da campanha 301 pessoas, das quais 129 (42,9%) tinham idade entre 61 e 80 anos. Quanto ao diagnóstico de hipertensão arterial, 162 (53,82%) referiram ter hipertensão, dentre as quais 149 (49,5%) tomam algum medicamento para tratar a pressão por indicação médica. Neste grupo, 73 entrevistados (48,99%) tratam a hipertensão com apenas um medicamento, 71 (47,65%) afirmaram comprar em uma farmácia da rede privada e 121 (81,2%) referiram não faltarem condições financeiras para comprar os medicamentos. A partir do Teste de Morisky-Green, observou-se que dos 149 participantes que tomam algum medicamento para hipertensão, apenas 26 (17,44%) apresentaram completa adesão ao tratamento. Verificou-se associações por meio do Coeficiente de correlação de Spearman entre a não adesão ao tratamento para hipertensão arterial e certas dificuldades em seguir o tratamento, dentre elas o número de fármacos a ser tomado (p=0,000), a necessidade diária em tomar os remédios (p=0,000) e a necessidade de seguir uma dieta hipossódica (p=0,000). Portanto, conclui-se que a prevalência de hipertensão arterial se mostrou maior em comparação a outros estudos. O acesso aos medicamentos para o tratamento dessa doença mostrou-se elevado. Contudo, mais de 82% dos entrevistados não apresentaram completa adesão ao tratamento, sendo que o cuidado com a dieta e o caráter contínuo do tratamento foram tidos como barreiras à sua continuidade.

Palavras Chave

Hipertensão, terapêutica, cooperação do paciente, qualidade de vida, recusa do paciente ao tratamento.

Área

LIGAS

Instituições

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - São Paulo - Brasil

Autores

Marcelo Brito de Godoi Filho, Ana Flávia Oliveira, Cláudia Bernardi Cesarino, Daniela Comelis Bertolin, Jéssica Gabriela Figueiredo da Mata , José Fernando Vilela Martin, Lara Lima Francisco