Dados do Trabalho
Título
DEVEMOS SEGUIR A NOVA DIRETRIZ AMERICANA DE HIPERTENSAO? UMA ANALISE COMPARATIVA ENTRE A DIRETRIZ BRASILEIRA E AMERICANA
Introdução
Em novembro de 2017 a American Heart Association (AHA) publicou uma nova diretriz para o diagnóstico da hipertensão arterial (HA) em adultos, havendo mudança do critério diagnóstico da hipertensão com valores mais baixos de pressão arterial (PA).
Objetivo
Comparar as diferenças entre a diretriz AHA 2017 com a VII Diretriz Brasileira de HA de 2016 (VII Diretriz) e seu impacto num grupo de indivíduos portadores de HA.
Método
Foram avaliados 259 pacientes acompanhados em ambulatório especializado no período de janeiro/2016 a março/2018, em relação ao comportamento da PA de consultório e monitorização ambulatorial da PA (MAPA). Foram verificadas HA controlada e não controlada, HA mascarada e efeito avental branco e, posteriormente, fez-se a comparação dos valores obtidos de acordo com a VII Diretriz com os valores preconizados pela AHA 2017. Pela VII Diretriz foram considerados os seguintes valores para definição de HA: consultório (PA sistólica – PAS ≥140 e/ou PA diastólica - PAD ≥90 mm Hg), MAPA vigília (PAS ≥135 e/ou PAD ≥85 mm Hg), MAPA sono (PAS ≥120 e/ou PAD ≥70 mm Hg), MAPA 24h (PAS ≥130 e/ou PAD ≥80 mm Hg). Os valores utilizados pela AHA 2017 para avaliação foram: consultório (PAS ≥130 e/ou PAD ≥80 mm Hg), MAPA vigília (PAS ≥130 e/ou PAD ≥80 mm Hg), MAPA sono (PAS ≥110 mm Hg e/ou PAD ≥65 mm Hg), MAPA 24h (PAS ≥125 e/ou PAD ≥75 mm Hg).
Resultados e Conclusões
Resultados: verificou-se que os números da AHA 2017 quando comparados aos números da VII Diretriz apresentam:
• Diminuição de 62% no número de pacientes com HA Controlada (VII Diretriz: 79, AHA 2017: 30);
• Aumento de 66% no número de pacientes com HA Não Controlada (VII Diretriz: 103, AHA 2017: 171);
• Diminuição de 25% no número de pacientes com Hipertensão Mascarada (VII Diretriz: 77, AHA 2017: 58);
• Diminuição de 66% no número de pacientes com Efeito Avental Branco (VII Diretriz: 32, AHA 2017: 11).
Conclusão: A nova diretriz AHA 2017 ao reduzir os limiares para o diagnóstico de hipertensão arterial implicou em aumento significativo de metas pressóricas não atingidas nessa população. Portanto, observa-se necessidade de maior agressividade nas estratégias terapêuticas para se alcançar os valores ideais, impactando sobre custo e adesão. Entretanto espera-se que os indivíduos ao atingir as metas estabelecidas pela nova diretriz, possibilitem a redução de eventos cardiovasculares futuros.
Palavras Chave
Hipertensão arterial, AHA 2017, VII Diretriz Brasileira
Área
ÁREA CLÍNICA
Instituições
FAMERP - São Paulo - Brasil
Autores
Renata Berlinger Saraiva, Luis Felipe Oliveira Pardal, Manoel Paz Landim, Fabio Guirado Dias, Juan Carlos Yugar-Toledo, José Fernando Vilela-Martin