XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: ESTENOSE DA ARTERIA RENAL NA INFANCIA

Apresentação do Caso

ELA, 5 anos, masculino, branco, natural e residente de Votuporanga - SP. Procurou atendimento médico especializado devido diagnóstico prévio de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) por estenose de artéria renal. Na consulta estava sem queixas, Bom Estado Geral (BEG), sem comorbidades, com Pressão Arterial (PA) 140x85 mmHg. Fazia uso de anti-hipertensivos. Foi solicitada Cintilografia Renal Estática (DMSA) que evidenciou função renal direita e esquerda de 23,5% e 76,5%, respectivamente. As funções glandulares e tubulares estavam preservadas, porém rim direito apresentava diminuição do volume de filtração com déficit funcional e cicatriz renal. Vias excretoras pérvias. A hipótese diagnóstica foi de HAS renovascular (HRV) e o paciente foi encaminhado para cirurgia. Dois meses após a consulta, realizou nefrectomia à direita e angioplastia. Após uma semana, retornou ao consultório com cefaleia intensa e PA 130x80 mmHg em uso de Anlodipina. Após um ano da primeira consulta, paciente apresentou Ecocardiograma sem alterações e cintilografia com rim direito excluso e rim esquerdo sem evidências de cicatriz renal, com função glandular e tubular preservadas. Paciente encontra-se em BEG, eutrófico, PA 110x70, pulso presente nos quatro membros. Em acompanhamento periódico com dosagem de sódio e potássio e aferição da PA. Em uso de Anlodipina e Clorana.

Discussão

Diferente do adulto, as causas secundárias de hipertensão são as principais responsáveis pela HAS pediátrica. Sendo a doença renovascular a segunda mais comum, atrás da coarctação de aorta. É devido a uma lesão que limita o fluxo sanguíneo parcial ou total a um ou ambos os rins, ativando o sistema renina-angiotensina-aldosterona. A HRV tem como causa a estenose de artéria renal, sendo uma causa tratável, mas que necessita de diagnóstico e tratamento rápido para prevenir complicações. Pode apresentar de forma assintomática, e ter um diagnóstico acidental, ou manifestar com cefaleia, fadiga precoce, insuficiência cardíaca congesta e claudicação intermitente. A HRV na criança possui grande potencial de cura e a terapêutica inclui fármacos anti-hipertensivos e modalidades cirúrgicas. O principal problema é o diagnostico tardio, visto que o aumento da PA em crianças muitas vezes é atribuído a medicações imprecisas, negligenciando possíveis patologias relacionadas.

Comentários finais

Ressalta-se a importância da aferição da PA nas crianças, principalmente naquelas maiores de três anos.

Palavras Chave

Hipertensão arterial na infância. Estenose da artéria renal. Aferição de pressão arterial.

Área

LIGAS

Instituições

Centro Universitário de Votuporanga - UNIFEV - São Paulo - Brasil

Autores

Letícia Fernandes Garcia, Anderson Aparecido Santim, Nara Lígia Forestieri Sette, Mariana Morais Castro e Silva, Beatriz Beretta Alves, Guilherme Cabral Ramalho, Letícia Malheiros Soler, Natália Correa Darcin, Nayanne da Silva Braga, Bárbara de Paula Santos, Tainara Maria Feltrin, Mariana Fernandes Martins, Yara Furlaneti Garcia, Fernando Girardi da Silva, Diogo Bueno Mendanha, Danielly Patrícia de Brito Beltrand, Letícia Dombroski Benfatti Gonzalez, Bárbara Nogueira França, Caroline Alves Bueno, Nathália Pereira da Silva Vitorino, Marlene Moraes Rosa Chinelato