XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Dados do Trabalho


Título

HIPERTENSAO ARTERIAL RESISTENTE: UMA VISAO DE PREVALENCIA NA PRATICA AMBULATORIAL

Introdução

Define-se Hipertensão Arterial Resistente (HAR) como: persistência da Pressão Arterial (PA) acima das metas com o uso de três fármacos anti-hipertensivos - sendo um deles preferencialmente diurético - ou quando há uso de quatro ou mais fármacos anti-hipertensivos, mas com a PA controlada. Quanto ao prognóstico, pacientes que apresentam HAR estão em situação pior se comparados aos pacientes hipertensos em geral, pois é comum apresentarem uma história de tratamento medicamentoso pouco efetivo, aumentando o risco cardiovascular desses. Faltam estudos que evidenciem melhor a prevalência da HAR, colaborando este trabalho no conhecimento sobre esta.

Objetivo

Avaliar a prevalência da HAR e dos subtipos de apresentação da hipertensão arterial (HA) em ambulatório especializado.

Método

Foram avaliados 259 pacientes acompanhados em ambulatório especializado no período de janeiro/2016 a março/2018. Foram registrados os valores de PA de consultório e da monitorização ambulatorial da PA (MAPA) nos períodos de vigília e sono. Utilizaram-se os critérios da 7ª Diretriz Brasileira de HA para classificação dos subtipos de HA (Efeito do avental branco (EAB), HA controlada e não controlada, HA mascarada e HAR). HAR foi definida pelo uso de 03 ou mais anti-hipertensivos em doses plenas, sendo obrigatoriamente um deles um diurético e com PA consultório ≥140 x 90 mmHg, MAPA vigília (PA ≥135 x 85 mmHg) e MAPA sono (PAS ≥120 x 70 mmHg). EAB, como a diferença de PA entre as medidas obtidas no consultório e fora dele, quando PAS ≥20 mmHg e/ou PAD ≥10 mmHg. HA Mascarada, como valores normais de PA no consultório porém com PA na MAPA elevada.

Resultados e Conclusões

• Pela PA de consultório: HA controlada: 49% (127 pctes) e HA Não Controlada: 51% (132). Contudo, ao avaliar também a MAPA temos: HA controlada: 30,5% (79), HA Não Controlada: 39,8% (103), HA Mascarada: 29,7% (77). Já o EAB em 40,5% (32) dos pacientes com HA controlada;
• HAR: 54,4% (141), dos quais 28 eram HAR controlados e 113 HAR não controlados. Entre HA resistentes, 78% apresentam dislipidemia, 70% diabetes, 34% coronariopatia e 26% tireoidopatia.
Verificou-se alta prevalência da HAR entre os pacientes avaliados. Todavia, pelo caráter do estudo, não se pode afastar a pseudorresistência, como por má adesão ao tratamento. Foram encontrados valores altos de comorbidades em pacientes com HAR, o que pode sugerir uma uma correlação entre essas e HAR, sendo necessários mais estudos.

Palavras Chave

Hipertensão Arterial Resistente, Prevalência

Área

ÁREA CLÍNICA

Instituições

FAMERP - São Paulo - Brasil

Autores

Luis Felipe Oliveira Pardal, Renata Berlinger Saraiva, Valquíria S. Lopes, Thayna R. Bizaio, Natália S. de Mattos, Juan Carlos Yugar-Toledo, José Fernando Vilela-Martin