XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Dados do Trabalho


Título

PREVALENCIA DE SOBRECARGA VENTRICULAR ESQUERDA AO ELETROCARDIOGRAMA EM PARTICIPANTES DE AÇAO COMUNITARIA EM BAIRRO NO RIO DE JANEIRO

Introdução

O primeiro eletrocardiograma (ECG) data de 1902 realizado por Willem Einthoven. Tal exame pode ser útil na estratificação do risco cardiovascular e no rastreio de lesão de órgão alvo (LOA) como a sobrecarga ventricular esquerda (SVE), principalmente em pacientes com hipertensão arterial sistêmica.

Objetivo

Avaliar a prevalência de SVE ao ECG em pacientes com fatores de risco cardiovasculares em ação comunitária do bairro do Itanhangá, município do Rio de Janeiro – RJ.

Método

Estudo observacional seccional de duas ações comunitárias ocorridas na zona oeste do município do Rio de Janeiro nos anos de 2016 e 2017 em que alunos de uma escola de medicina, orientados por preceptores, aplicaram questionário a fim identificar a presença de fatores de risco cardiovascular (FRCV). Realizou-se ECG objetivando análises do ritmo, bloqueios de ramos e SVE pelos critérios de Sokolow-Lyon. A tabulação dos dados foi realizada no Excel e as frequências das respostas e as características clínicas foram comparadas pelo teste de qui-quadrado utilizando o software Prism 6.0 (GraphPad, EUA), adotando nível de significância de 5%.

Resultados e Conclusões

Resultados: Coletou-se dados de 55 participantes com idade média de 50±12 anos, sendo 69% do sexo feminino, 49% hipertensos, 13% dislipidêmicos e 11% diabéticos. Observou-se que do total de participantes, 97% apresentaram ritmo sinusal e 13% SVE. Os bloqueios atrioventriculares e do sistema his-purkinje somados não chegaram a 1% e um participante apresentava intervalo PR curto com onda delta, sugerindo Wolf Parkinson White. Apenas 19% dos hipertensos apresentaram SVE (7% não hipertensos apresentaram tais sinais). Entre os pacientes com SVE, 57% eram homens (p=0,10), 71% eram hipertensos (p=0,20), 14% dislipidêmicos e 17% diabéticos (p=0,75).

Conclusão: Prevalência de SVE na população geral acima de 40 anos é de 16% e 21% em homens e mulheres, respectivamente, resultado semelhante ao observado no estudo. Tais alterações reestratificam o paciente em relação ao risco de desfechos cardiovasculares. Pacientes com SVE possuem maior risco de desenvolverem outras LOAs como: acidente isquêmico cerebral, infarto agudo do miocárdio, além das manifestações renais e retinianas. Portanto, o ECG associado à FRCV é uma ferramenta não invasiva indispensável para rastreio de LOA e bom custo-efetividade.

Palavras Chave

Área

ÁREA CLÍNICA

Instituições

Fundação Técnico Educacional Souza Marques - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

João Victor Batalha Alcântara, Natália Depes Amboss, Marina Conrado Riedel Marins, Lucas Mansur Kobbaz, Marco Antônio de Carvalho Maciel, Sara Santos Fernandes, Ivy Ribeiro Salles, Carlos Luiz Filgueiras, Fábio Akio Nishijuka