XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Dados do Trabalho


Título

RISCO CARDIOVASCULAR, ESTRESSE OXIDATIVO E A PRESENÇA DO POLIMORFISMO NO GENE DA ECA1 EM UMA POPULAÇAO DE OBESOS COM E SEM HIPERTENSAO ARTERIAL

Introdução

o polimorfismo do gene da enzima de conversão de angiotensina (ECA) inserção/deleção (I/D), em especial a presença do genótipo DD, aparece como um importante fator de risco cardiovascular em uma população com problemas metabólicos.

Objetivo

avaliar comparativamente a frequência genotípica/alélica deste polimorfismo e o estresse oxidativo em uma população de obesos com e sem hipertensão arterial sistêmica (HAS).

Método

foram analisados a idade, gênero, índice de massa corpórea (IMC), o polimorfismo do gene da ECA1 I/D, o estresse oxidativo pelo TBARS (peroxidação lipídica) e TEAC (antioxidante) e a presença de HAS e diabetes mellitus tipo 2 em 126 pacientes obesos (IMC>30 Kg/m2).

Resultados e Conclusões

os pacientes foram separados em grupo HAS (n = 54) e grupo controle (n = 72). Não encontramos diferença significativa em relação ao gênero e diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2. No grupo HAS foi notado uma maior média de idade (47,8 ± 8,9 vs. 41,7 ± 11,5 anos, p = 0,002) e menor presença de obesidade grau I e maior de obesidade grau II e III (p = 0,02). Na análise entre os grupos, não encontramos diferença significativa em relação a frequência dos genótipos (p = 0,37), alelos (p = 0,88) e modelos de herança. Apesar de não ter sido significativo, o genótipo DD e o alelo D foram os mais frequentes em ambos os grupos (genótipo DD: 46,3% vs. 56,9%; alelo D: 67,8% vs. 69,3%). O aumento do grau da obesidade pelo IMC implica em maior estresse oxidativo (TBARS r = 0,7941; TEAC r = -0,6022; p<0,0001) Separando por IMC (obesidade grau I, II e III), analisamos a frequência genotípica (II, ID e DD) e também não encontramos diferença significativa (p = 0,68). O estresse oxidativo foi pior nos obesos DD em comparação aos outros genótipos (TBARS p=0,04; TEAC p<0,0001).
Conclusão: algumas pesquisas suportam que o genótipo DD é um fator de risco cardiovascular. Apesar da diferença na idade e no IMC entre os grupos, não encontramos diferença significativa entre os grupos avaliados com e sem HAS o que demonstra que a obesidade, com a maior frequência deste polimorfismo e por estar relacionada com um pior estresse oxidativo, é um fator de risco independente para o surgimento de doenças cardiovasculares.

Palavras Chave

hipertensão arterial, obesidade, polimorfismo, enzima conversora de angiotensina

Área

ÁREA BÁSICA

Instituições

Faculdade de Medicina da Unilago - São Paulo - Brasil

Autores

Flavio Fontes Pirozzi, Maria Laura Muniz, Heloisa Rezende de Souza Alves, Jessika Viviani Okumura, Mariana Salvarani, Lilian Castiglioni, Edis Belini Junior, Claudia Regina Bonini-Domingos