XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Dados do Trabalho


Título

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO – A RELAÇÃO DO EVENTO COM A HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NEGLIGENCIADA: RELATO DE CASO.

Apresentação do Caso

Paciente S. C., feminino, 49 anos, tabagista (38 maços/anos), hipertensa e cardiopata, recebeu visita domiciliar da equipe de saúde da UBS Santo Antônio e verificada a necessidade de implantação do Projeto Terapêutico Singular. Paciente com histórico de dois episódios de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), o primeiro em janeiro de 2016, data em que foi submetida à primeira angioplastia, seguida por nova angioplastia realizada em julho do mesmo ano. Recebeu alta com orientações quanto ao tratamento medicamentoso pós IAM com as classes: beta-bloqueador, diurético, estatina, bloqueador do receptor de angiotensina (BRA) e dupla agregação plaquetária, as quais eram usadas de forma irregular. Em julho de 2017, apresentou parada cardiorrespiratória (PCR) devido a novo episódio de IAM. Teve a PCR revertida, passou por cateterismo cardíaco e angioplastia de artéria diagonal com implante de stent. A paciente manteve-se internada em UTI por tempo prolongado e apresentou sequelas cardiológicas, cognitivas e comportamentais. Após o segundo evento, desenvolveu insuficiência cardíaca com alteração das válvulas tricúspide e pulmonar, com fração de ejeção de 47% e comprometimento global de ventrículo esquerdo, por este motivo foram acrescentados ao tratamento: Inibidor da Enzima conversora da Angiotensina (IECA), bloqueador dos canais de cálcio (BCC), espironolactona e furosemida.

Discussão

A HAS é, juntamente com dislipidemia e tabagismo, um dos três fatores de risco mais importantes para desenvolvimento de IAM. Em torno de 40 milhões de brasileiros sofrem de HAS, sendo que metade desconhece a presença da doença, 25% tem o diagnóstico e não tratam e os outros 25% tratam de forma inadequada. O tratamento da HAS associada com Doença Arterial coronariana, que engloba pacientes pós-IAM, contempla os BB, IECA ou BRA, além de estatinas e aspirina, com efeito favorável na redução dos desfechos clínicos relevantes. O tratamento da paciente do relato está de acordo com o proposto pela 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial.

Comentários finais

A HAS é fator de risco importante para IAM, com evidentes implicações diagnósticas e terapêuticas, levando à piora prognóstica pós-IAM. Apesar do empenho para adesão ao tratamento e melhoria na qualidade de vida, ainda se faz necessário destinar maiores incentivos à atenção primária da saúde no sentido de prevenir precocemente a HAS e complicações.

Palavras Chave

Área

ÁREA CLÍNICA

Instituições

FACERES - São Paulo - Brasil

Autores

Nubia Caroline Rodrigues, Mayara Botelho Carletto, Ana Theresa Soares Oliveira Rosa, Marina Pires Marangoni, Michele Peres Moraes Accarini