XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Dados do Trabalho


Título

HEREDITARIEDADE X HAS: OS DESAFIOS DIAGNOSTICOS E SEU MANUSEIO CLINICO

Apresentação do Caso

Paciente masculino, 28 anos, busca atendimento cardiológico indicado por clínico geral por apresentar elevação dos níveis pressóricos em consulta de rotina. À anamnése realizada por cardiologista não foram identificados fatores de risco indicativos para hipertensão arterial sistêmica: paciente relata bons hábitos alimentares, realização de atividades físicas diárias e nega tabagismo. Como antecedentes pessoais nega doenças prévias, porém relata histórico de hipertensão arterial sistêmica como antecedentes familiares. O paciente traz consigo os exames solicitados por clinico geral e nutricionista, dentre eles se encontram ultrassonografia de abdome total, dosagens hormonais (ACTH, cortisol, TSH, T4 livre) e exame de bioimpedância (todos normais).
Ao exame físico cardiovascular, os pulsos eram de amplitude adequada, regulares, frequência dentro dos parâmetros da normalidade (60 batimentos por minuto) e ritmo regular. À ausculta cardíaca as bulhas eram rítmicas, normofonéticas e em 2 tempos, sem sopros. A pressão arterial era de 150x90 mmHg e não houve diferença significante entre os membros.
Solicitou-se, ecocardiograma e teste ergométrico. O ecocardiograma não apresentou alterações estruturais compatíveis com os níveis pressóricos apresentados pelo paciente e o teste ergométrico não apresentou alterações do segmento ST, porém a pressão pré-esforço foi de 140x90mmHg, 190x80mmHg ao esforço máximo e na recuperação 140x80mmHg.
Ao retornar à consulta para reavaliação cardiológica, a pressão arterial mantinha-se elevada, 150x90mmHg, caracterizando-se Hipertensão Arterial Sistêmica estágio 1 com provável causa hereditária como fator etiológico. Indicou-se farmacoterapia com inibidor da enzima conversora de angiotensina (IECA) associada a adoção de medidas não farmacológicas para controle dos níveis pressóricos.

Discussão

Estudos populacionais e em gêmeos monozigóticos e dizigóticos documentam maior concordância de Hipertensão Arterial Sistêmica dentro das famílias e em gêmeos monozigótico do que em dizigóticos, respectivamente. Demonstrando influência de caráter genético no desenvolvimento da doença. Mas, na maioria dos casos a hipertensão resulta de uma complexa interação entre hereditariedade, meio-ambiente e fatores demográficos.

Comentários finais

A Hipertensão é uma condição que deve ser diagnosticada precocemente e sua intervenção deve seguir o mesmo parâmetro, evitando-se as suas complicações independente da causa.

Palavras Chave

Área

ÁREA CLÍNICA

Instituições

FACERES - São Paulo - Brasil

Autores

Pedro César Garcia Gonçalves, Marina Hernandes Carvalho, Gabriela Dezan Monção, Lucy Yugar Sanches, Flavio Quessada, João Daniel Bilachi Pinotti