XVII Congresso Sul-Brasileiro de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

DOENÇA DA ARRANHADURA DO GATO - UM RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

A Doença da Arranhadura do Gato ou Bartonellose é uma condição autolimitada em pacientes imunocompetentes, causada pela Bartonella henselae. Pode, muitas vezes, estar relacionada à mordedura ou arranhadura de gatos infectados por este bacilo gram negativo. Outros tipos de Bartonella spp. também podem causar manifestações oculares. Acontece uma linfadenite crônica e benigna. Caso acometa o SNC (Sistema nervoso central), pode atingir nervos cranianos e causar uma neurorretinite geralmente unilateral. Tem como diagnóstico diferencial outras uveítes posteriores, tal como a toxoplasmose ocular.
A apresentação típica é febre e linfadenopatia. A doença pode apresentar um amplo espectro de manifestações sistêmicas, incluindo endocardite, hepatite, encefalopatia, meningite, anemia hemolítica, glomerulonefrite e osteomielite. Raramente tem como manifestação ocular a síndrome oculoglandular de Parinaud e uveíte na forma de neurorretinite ou retinocoroidite.
A neurorretinite foi primeiramente descrita como uma neurorretinite estrelada idiopática de Leber em 1916. É caracterizada por edema de disco óptico com estrela macular parcial ou completa e ocorre em 1 a 2% dos pacientes.

Objetivos

Este relato de caso tem como objetivo descrever a neurorretinite e evolução de um paciente com a doença da arranhadura do gato.

Delineamento e Métodos

Relato de caso através de revisão de prontuários e exames de imagem

Resultados

O.H.Z., sexo masculino, 57 anos, procedente do interior do Paraná em zona rural. Apresentou-se com queixa de piora visual gradual em olho esquerdo há 1 semana associada com fotofobia. Tinha história de arranhadura de seu gato doméstico há 2 semanas. Apresentava acuidade visual corrigida de 20/25 olho direito (OD) e 20/200 olho esquerdo (OE). Segmento anterior apresentava hiperemia conjuntival e edema periorbitário em ambos os olhos. Segmento posterior OD sem particularidades, OE edema de disco óptico, exsudatos maculares radiais. Realizou exames laboratoriais (HIV, Fator reumatóide, PCR, VDRL, FTA ABS, Toxoplasmose, FAN, Hemograma todos normais, Sorologia para Bartonella henselae reagente). Realizado tratamento com doxiciclina 100 mg a cada 12 horas por 6 semanas. Após tratamento, apresentou melhora total dos sintomas, acuidade visual corrigida 20/25 ambos os olhos, melhora do aspecto estrelado na mácula em olho esquerdo e segue em acompanhamento.

Conclusões/Considerações Finais

O diagnóstico precoce é importante e o prognóstico visual é melhor quando associado com antibióticos e esteróides sistêmicos.

Palavras-chave

Doença Arranhadura do Gato

Área

RETINA

Autores

FERNANDO YUKIO MACHADO HAYASHI, FERNANDO HENRIQUE DE CARVALHO KATAYAMA, GUILHERME PEDROSO VARGAS, HELLEN MIYUKI MATTOS MOTOYAMA