XVII Congresso Sul-Brasileiro de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

ALTERAÇOES CORNEANAS EM PACIENTE COM CISTO DE IRIS E MELANOCITOMA: UM RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

O cisto de íris é uma lesão ocular benigna rara e acomete principalmente o sexo feminino. Cistos do epitélio pigmentar são mais frequentes que estromais. Estes estão mais relacionados a complicações como o fechamento do ângulo iridocorneano, toque corneal ou descompensação, o que pode desencadear dispersão pigmentar, uveíte e glaucoma secundário. Em casos graves, a intervenção cirúrgica pode ser necessária. Neste caso, a aspiração com agulha fina, cistostomia com YAG, fotocoagulação com laser de argônio e irrigação com alcool absoluto são técnicas descritas na literatura.

Objetivos

Relatar achados clínicos e exames de uma paciente portadora de melanocitoma com descompensação corneana secundária à um cisto de íris.

Delineamento e Métodos

Relato de caso

Resultados

D.A.C, feminina, HAS, 87 anos, pseudofácica AO, em acompanhamento por melanocitoma em olho esquerdo (OE) com acuidade visual (AV) prévia de 20/40 e 20/20, apresenta redução importante da AV em OD (20/400), progressiva e indolor. À biomicroscopia, observou-se edema de córnea 2+/4+ e duas elevações císticas em íris inferior (das 4h às 9h). Na biomicroscopia ultrassônica (UBM), os cistos ocupavam metade inferior da câmara, tocando endotélio e ângulo iridocorneano, com dimensões de 5,13x3,73x3,97mm. A OCT de CA mostrou descolamento parcial de descemet. Paciente foi então encaminhada para drenagem do cisto, associada à injeção de 5-Fluorouracil e segue em acompanhamento pós-operatório, já com melhora da AV para 20/100, e progressiva redução do edema corneano.

Conclusões/Considerações Finais

Exames como a UBM e a ecografia são importantes na diferenciação morfológica das lesões císticas e neoplásicas. À UBM, os cistos caracterizam-se como lesões únicas, hipodensas ou com particulas de supensão. O tratamento varia conforme o tamanho, localização e sintomas associados. Quadros assintomáticos podem ser apenas observados, enquanto quadros mais graves e com acometimento do endotélio ou ângulo iridocorneano merecem intervenção cirúrgica. A fotocoagulação por YAG laser, apesar de menos invasiva, conta com maiores taxas de recorrência, o que implica em mais procedimentos futuros. No caso acima foi optado por drenagem devido a descompensação corneana e potencial oclusão angular. A associação a agentes anti-mitóticos ou esclerosantes, como o 5-Fluoruracil, bem como o álcool absoluto são descritos como bons adjuvantes na prevenção de recidivas.

Palavras-chave

Cisto de Íris; Biomicroscopia ultrassônica; Descompensação corneana; Descolamento de Descemet

Área

CÓRNEA

Autores

THIAGO MEISTER, Anna Luíza Valente, Jessica Zardin, Maiara Radigonda