XVII Congresso Sul-Brasileiro de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

CORIORRETINOPATIA POSTERIOR PLACOIDE ASSOCIADA A NEURITE OPTICA POR SIFILIS - RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

O acometimento oftalmológico da Sífilis, uma doença sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum, pode ocorrer em diversas fases da infecção. As manifestações mais comuns são a uveíte, retinite, neurite óptica e coroidite. Raramente, se apresenta na forma de coriorretinopatia posterior placóide sifilítica (CPPS), que se caracteriza pela presença de uma lesão subretiniana macular, amarelada e de formato placóide. A reemergência de casos de sífilis chama a atenção para o conhecimento adequado desta condição.

Objetivos

Relatar achados clínicos e exames de uma paciente com Sífilis Ocular.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

L.T.F., feminina, 71 anos, refere queixa de baixa acuidade visual (AV) em ambos os olhos (AO) há 15 dias, associada à fotofobia. Apresenta histórico pessoal de hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2 e insuficiência cardíaca. Nega antecedentes oftalmológicos.
Ao exame, AV com correção de conta dedos a 1 metro, bilateral. Biomicroscopia de AO demonstra segmento anterior com reação de câmara (2+) e sinéquias posteriores. Mapeamento de retina AO com discreta turvação vítrea, hiperemia e borramento de bordos do disco óptico, hemorragia peripapilar e alteração pigmentar em mácula.
A angiografia fluoresceínica (AF) denota presença de periflebite, papilite reacional, extravasamento de contraste de nervo óptico em fase precoce, impregnação tardia de contraste em região macular, em AO. A autofluorescência macular revela padrão mosqueado bilateral. Resultados sorológicos reagentes de FTA-ABS IGM e VDRL (1/256). Análise liquórica sem particularidades. Exame neurológico descarta doenças desmielinizantes.
A terapêutica foi realizada com Penicilina Cristalina endovenosa, em dose de 4 milhões de UI, de 04/04 horas, por 14 dias.
Os achados da neurite óptica e coriorretinite são característicos da doença sifilítica. A abordagem diagnóstica multimodal incluiu imagens de AF e autofluorescência, com padrão da CPSS. Após início da terapêutica, aguarda-se o retorno evolutivo da paciente.

Conclusões/Considerações Finais

O reconhecimento das características multimodais da CPPS é fundamental para o diagnóstico precoce, visto que podem surgir como manifestações isoladas de sífilis ativa. A evolução está suscetível à resposta imunológica da paciente e do tratamento adequado. A terapêutica da sífilis ocular é semelhante à preconizada para neurossífilis, ainda que a análise liquórica seja negativa.

Palavras-chave

Sífilis Ocular; Coriorretinopatia; Placóide; Uveíte

Área

UVEITES

Autores

ISABELLA CARVALHO PAGNUSSAT, Thiago Meister, Renan Kenzo Taguchi, Youssif Nasr, Deborah Fischer