XVII Congresso Sul-Brasileiro de Oftalmologia

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO DE ADENOMA HIPOFISARIO E A IMPORTANCIA DE SUA INVESTIGAÇAO CORRETA NA PRATICA OFTALMOLOGICA

Fundamentação/Introdução

O adenoma de hipófise corresponde a 10-15% de todos os tumores intracranianos. Pode crescer a ponto de pressionar o quiasma óptico, resultando por vezes em alterações campimétricas e baixa acuidade visual. O diagnóstico e tratamento precoce levam a um melhor prognóstico visual e qualidade de vida, além de possibilitar o acompanhamento e manejo sistêmico do paciente.

Objetivos

Relatar os achados clínicos e de exames de um paciente com adenoma de hipófise e acometimento do quiasma óptico.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

H.C.N., masculino, 24 anos, previamente hígido, procurou atendimento oftalmológico por baixa acuidade visual há 3 anos, tendo realizado investigação de ceratocone em outro serviço ao longo deste período, devido esta queixa. Ao exame oftalmológico, apresentava acuidade visual (AV) do olho direito (OD) 20/30 e olho esquerdo (OE) 20/40 em campo nasal. A fundoscopia OD não apresentou alterações e OE evidenciou disco óptico com palidez temporal importante e discreta alteração no brilho macular, sem demais particularidades. O campo visual (CV) demonstrou perda de campo bitemporal. Solicitada ressonância magnética de crânio e órbitas que evidenciou adenoma de hipófise. Paciente foi então submetido a exérese de tumor.
Após um ano do procedimento, retornou para avaliação e houve piora da AV mesmo após a remoção do tumor, sendo a mesma de 20/50 (OD) e 20/200 (OE). Foi realizada a retinografia e solicitado novo CV que apresentou quadrantopsia superior e tendência à inferiorização em OD e hemianopsia temporal em OE, evidenciando melhora do campo visual após exérese da lesão.

Conclusões/Considerações Finais

Os achados oftalmológicos do adenoma de hipófise decorrem do efeito de massa causado pela compressão do quiasma óptico pelo tumor. A maioria dos pacientes apresenta defeitos de campo visual, sendo o mais comum a hemianopsia bitemporal. O exame de ressonância craniana com contraste permite a detecção precoce e a localização precisa do tumor. Sendo o oftalmologista, por vezes, o primeiro médico ao qual o paciente se reporta, é essencial a suspeição diagnóstica em tempo hábil, mesmo quando os sintomas relatados são inespecíficos e o adenoma hipofisário não é epidemiologicamente a primeira suspeita como causa de BAV em paciente jovem.

Palavras-chave

Adenoma hipófise, hemianopsia bitemporal, nervo óptico

Área

NEUROFTALMOLOGIA

Autores

MARIA LUISA MARTINS FRUHAUF, THIAGO MEISTER, VANESSA NICOLA LABREA, ANA LETÍCIA DE MORAIS ZANATTA, AMANDA GEARA