XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Dados do Trabalho


Título

DISSECÇAO DE AORTA, UM DESAFIO DIAGNOSTICO E TERAPEUTICO

Apresentação do Caso

M.R.F.S., masculino, 43 anos, caucasiano, portador de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Epilepsia, em uso de Losartan, Fenitoína e Fenobarbital, com queixa de dor torácica intensa tipo pontada, irradiada para dorso há 14 dias sem melhora com analgésicos, repouso ou mudança de posição. Na admissão: Pressão Arterial 180x100mmHg, frequência cardíaca 90bpm, ausculta cardiopulmonar normal, sem edema, pulsos simétricos. Eletrocardiograma em ritmo sinusal, normal para idade. Radiografia de Tórax com alargamento de mediastino. Ecocardiograma transtorácico evidenciou um flap no segmento proximal do arco aórtico. Tomografia de Tórax com contraste evidenciou incisura na aorta torácica ascendente a 4cm da artéria braquiocefálica; dissecção da aorta descendente, iniciando a 2,5cm da emergência da artéria subclávia esquerda estendendo-se até aorta abdominal. A luz falsa mede 47mm e a verdadeira 8mm.
Durante internação paciente apresentava dor torácica com irradiação dorsolombar, evoluindo com parestesia e paresia de membros inferiores e dificuldade para deambular.
Três dias após a admissão, realizada cirurgia onde foi realizado troca do arco aórtico, aneurismectomia, correção cirúrgica com tubo de hemashield, reinserção do tronco braquiocefálico e carótida esquerda, tromba de elefante em aorta descendente e exclusão de artéria subclávia esquerda.
Após a correção cirúrgica, paciente evoluiu estável e assintomático.

Discussão

A dissecção aguda de aorta (DAA) é uma emergência clínica com alta mortalidade (1-2%/hora nas primeiras 48h). Caracteriza-se pela delaminação da camada média da aorta a partir da ruptura da íntima. A incidência de DAA é de cerca de 2-3,5 casos/100mil pessoas/ano. A idade média é de 60 anos.
Vários fatores predisponentes são relatados, e a maioria dos pacientes apresenta HAS ou anormalidades estruturais da parede arterial.
Apresentado um caso atípico, não corresponde às características epidemiológicas como a idade, bem como o tempo prolongado de duração da queixa de dor torácica, e ótima resposta ao complexo tratamento cirúrgico.

Comentários finais

A DAA é uma patologia de difícil manejo, onde a luta contra o relógio entre diagnóstico correto e instituição do tratamento, são cruciais para reduzir a mortalidade dos pacientes. O principal fator de risco é a HAS, o que reforça a importância do tratamento adequado na prevenção de complicações tão graves.

Palavras Chave

Dissecção de aorta, HAS essencial não controlada, Luz falsa, Dor torácica

Área

ÁREA CLÍNICA

Instituições

Santa Casa de Misericórdia - São Paulo - Brasil

Autores

Marcelo Segregio Storino, Daiane Colman Cassaro, Cizenando Zakynthinos Assis Machado, Taiany Silva da Costa, Ana Beatriz Thome Doria