XI Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telesaúde

Dados do Trabalho


Título

Implementação do Telecuidado Farmacêutico para pessoas com Diabetes Mellitus Tipo 2: Um Estudo Piloto

Resumo

Introdução: O Telecuidado Farmacêutico consiste na prestação de serviços farmacêuticos clínicos de forma remota, através da utilização de tecnologias de informação e telecomunicações.Objetivo: O objetivo deste estudo foi testar a intervenção de telecuidado farmacêutico em comparação com um grupo controle que recebeu atendimento padrão (somente dispensação) para pessoas com diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Método: Foi realizado um estudo piloto randomizado não cego com pacientes diagnosticados com DM2. Eles foram randomizados eletronicamente em dois grupos: grupo controle, que recebeu cuidados habituais sem nenhuma intervenção adicional; e o grupo intervenção, que recebeu três teleconsultas farmacêuticas por telefone. Na ocasião, foram aplicados questionários para avaliar adesão, autocuidado em diabetes e qualidade de vida para ambos os grupos no início e após três meses. O desfecho primário foi a alteração da hemoglobina glicada, obtida com o aparelho Afinion AS100 e os desfechos secundários foram adesão ao tratamento, número de hospitalizações, número de idas ao pronto socorro, número de consultas médicas e problemas relacionados à farmacoterapia.Resultados: Foram elegíveis 133 pessoas que, após a aplicação dos critérios de inclusão, 47 foram randomizadas. Houve perda de seguimento de 14 pessoas, restando 33 pessoas incluídas. Foi elaborado um roteiro de teleconsulta e o tempo médio de atendimento foi de 20 minutos. Foram abordados aspectos farmacológicos e não farmacológicos, acesso e revisão da técnica de insulina. Não houve diferença significativa nas médias de hemoglobina glicada, questionário de autocuidado e qualidade de vida. O questionário de adesão indicou, para ambos os grupos, mudança na pontuação do domínio regime, com diferença de seis pontos entre a entrevista inicial e o contato final, sendo esta associação estatisticamente significativa (p=0,049 para o grupo intervenção e p=0,041 para o grupo de controle). Houve uma redução de 46% no número de problemas relacionados à farmacoterapia desde o início do estudo.Conclusão: A telefarmácia pode ser uma alternativa viável para o acompanhamento de pacientes com DM2, mas é necessário estabelecer seu impacto a longo prazo, uma vez que nossos resultados não são conclusivos devido ao tamanho da amostra. Neste estudo, identificamos uma melhora superficial na adesão ao tratamento, o que direciona e provém embasamento para futuras pesquisas.

Área

Tecnologias Digitais para Assistência Remota em Saúde - Teleatendimento

Autores

AGNES NOGUEIRA GOSSENHEIMER, Ana Paula Rigo, Fernanda Fávero Alberti, Gabriel Rodrigues Martins de Freitas, Roberto Eduardo Schneiders, Beatriz D Agord Schaan