XI Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telesaúde

Dados do Trabalho


Título

Telessaúde para suporte ao atendimento de condições crônicas na Atenção Primária à Saúde do SUS após a pandemia de Covid-19

Resumo

Introdução: A Covid-19 impôs um grande desafio para o manejo das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). A prevenção e o acompanhamento de DCNTs através de estratégias inovadoras tornou-se imprescindível. O teleatendimento emergiu como alternativa estratégica para manejo de DCNTs na Atenção Primária (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos: Descrever e analisar a implementação e os resultados de projeto de teleatendimento, articulado entre o centro de telessaúde de um hospital universitário e o Ministério da Saúde, para a oferta de atendimentos remotos com especialistas em DCNTs.
Método: De janeiro de 2021 a agosto de 2021 a arquitetura do sistema foi projetada para acesso on-line e seguro. As equipes foram compostas e protocolos de atendimento foram estruturados. Para garantir a coordenação e centralidade do cuidado na APS foi estabelecida uma estratégia de comunicação otimizada entre equipe da APS solicitante e a equipe de especialistas, com sistema único e integrado de registro da solicitação e da contra-referência, além da composição de equipe de campo e de moderação para aproximação entre os atores.
Resultados: De 09/2021 a 09/2023, foram ofertados mais de 7.000 horários para consultas em cardiologia, endocrinologia, nefrologia, nutrição, enfermagem e fisioterapia a 35 municípios brasileiros. Foram agendadas 3.281 teleconsultas e realizadas 2.379, distribuídas especialmente entre endocrinologia (37%), nutrição (31%) e cardiologia (28%). Entre as consultas realizadas, 76% levaram a pedido de retorno dentro do projeto, 22% levaram a alta da especialidade e seguimento na APS e 2% levaram a encaminhamento para atendimento especializado presencial. Os municípios mais ativos na utilização foram Piritiba (BA) e Bom Despacho (MG).
Conclusão: Dificuldades encontradas levaram a uma taxa de utilização dos serviços abaixo da inicialmente planejada. Foram elas: aspectos culturais e baixa confiança de usuários; baixos índices de literacia digital; sistema paralelo ao sistema já em uso na APS; baixa articulação com as Redes de Atenção à Saúde já existentes; pouco envolvimento de gestores locais; e infraestrutura frágil. Atividades de aproximação realizadas foram imprescindíveis para mitigar alguns pontos, aumentando em sobremaneira a taxa de utilização dos serviços ao longo do projeto. Os altos índices de consultas de retorno e os baixos índices de encaminhamento para atendimento presencial indicam o potencial de resolutividade da estratégia.

Área

Tecnologias Digitais para Assistência Remota em Saúde - Teleatendimento

Autores

MAYARA SANTOS MENDES, Lidiane Aparecida Pereira de Souza, Cristiane Guimarães Pessoa, Sabrina Rezende Ribeiro, Isabela Nascimento Borges